Todo mundo que nos conhece sabe do nosso amor por montanhas, trilhas e vinhos! Sendo assim, Mendoza, na Argentina, era um dos sonhos de lugar para morar, pois junta nossos 3 amores: a tranquilidade, natureza e a boa gastronomia!
Mendoza é uma cidade linda, planejada, com ótima infraestrutura para o dia a dia, além de muito sossego e opções de lazer.
Veja a nossa experiência morando em Mendoza e programe sua estada na cidade!
Diário Nômade de Mendoza
Antes de tudo, contar um pouquinho como foi nossa chegada em Mendoza. Estávamos em Santiago e, tradicionalmente, se vai a Mendoza de ônibus, via Cordilheira dos Andes, passando pelo Paso de Los Libertadores (onde está a aduana e a fronteira). Era agosto, frio, inverno, montanhas… neve! E foi justamente ela que não nos deixou passar para a Argentina e nos deixou ‘presos’ mais uma semana em Santiago. Assim, tivemos que, forçadamente, reduzir nosso tempo em Mendoza (uma pena!).
Para quem está pensando em fazer o trajeto no inverno é preciso ter muita atenção. A passagem pode fechar por algumas horas ou por vários dias, dependendo das condições climáticas. Além da neve propriamente dita, o gelo no asfalto também provoca paradas de trânsito, pois é preciso subir os famosos Caracoles até a aduana, onde o tráfego de caminhões é intenso, com filas e demora. Portanto, paciência é a palavra-chave!
O Paso de Los Libertadores é praticamente a única passagem na região entre os dois países. Procuramos rotas alternativas (pelo norte ou sul), mas estas são muito mais longas (17-20h a mais de viagem!). Assim, “preferimos” ficar em Santiago até que o trecho fosse reaberto.
O Paso fechou num sábado. Nevou durante todo o final de semana e parou na terça-feira. Quinta-feira liberaram a passagem de carros pequenos e sexta-feira de caminhões e ônibus. Nós viajamos no sábado e mesmo assim a fila era imensa, além da demora de passar na fronteira. Foram quase 9 horas na aduana. O trecho que, normalmente, demoraria 5 horas, demorou 14 horas! De cansar!
Mas, o cenário compensou. Os Andes estavam lindos e o sol brilhava como nunca! (Já falei que amo neve e todo cenário que ela proporciona? Pois é. Amo!)
Onde morar
Com clima de uma cidadezinha do interior, pacata, com povo simpático, ruas limpas, silenciosa… assim encontramos e nos encantamos com nosso bairro em Mendoza. A localização não poderia ser mais privilegiada: pertinho do Parque General San Martín, um dos mais lindos parques urbanos que conhecemos até hoje.
Alugamos via Airbnb (falamos desta plataforma neste outro post) uma casa, que por mim já foi um ganho enorme em qualidade de vida. Amo a liberdade que uma casa proporciona: poder sair no quintal/jardim, ter uma privacidade maior pelos vizinhos ficarem um pouco mais longe que nos prédios, além do silêncio gostoso ao dormir, onde o barulho é dos insetos e aves noturnas.
A casa era simples, porém completa e ainda contava com três quartos, dos quais, obviamente, só utilizamos um, além da sala, cozinha espaçosa e banheiro. O valor do aluguel era maravilhoso: cerca de $540 dólares. Entretanto, vi no site do Airbnb, que hoje o valor já aumentou.
O bairro é excelente, com uma rua principal de restaurantes e bares, vários mini-mercados, açougue, quitanda, farmácia, etc. Aliás, isto nos chamou atenção: espalhados pelo bairro há vários ‘mercadinhos’, porém nenhum grande mercado. O único que encontramos era longe. Tradicionalmente, em Mendoza, se compra cada coisa no seu lugar. Carnes no açougue. Verduras, frutas e legumes na quitanda. Há casas de produtos caseiros – como uma que frequentávamos sempre e vendiam empanadas deliciosas a preços super justos!. E os mini-mercados que oferecem os demais itens, como produtos de limpeza, sucos, etc. Bastante interessante, pois mantém a economia girando de forma bem regional.
O bairro também não era longe do Centro, mais turístico. Aliás, cabe ressaltar, que Mendoza é uma cidade pequena quando comparadas a outras medianas no Brasil. Pode-se caminhar de um extremo ao outro da cidade em um dia, pois logo chega-se a Godoy Cruz, Las Heras e Villa Nueva – as cidades vizinhas.
Conectar-se
Telefonia Móvel
As principais empresas telefônicas da Argentina são a Movistar, a Claro, a Personal e a Tuenti, que é nova e parece bastante interessante, porém não encontramos loja em Mendoza. Compramos o chip pré-pago da Claro, pois já tínhamos testado em Buenos Aires esta companhia e a Personal. Dá uma olhada no nosso comentário.
Para comprar nem tivemos que apresentar o passaporte. O valor do chip foi ARG 55 (quase $ 3.70 dólares) e tivemos que recarregar uma vez: mais ARG 55.
A conexão via 3G era satisfatória, nada super veloz, mas liberado para voice Skype e Whatsapp. Aprovado!
Wi-Fi
A velocidade do wi-fi na nossa casa era boa, 12,68 Mb de download e 10,74 Mb de upload. Entretanto, tivemos problemas para conectar ao sinal no notebook. No celular conectava certinho. Assim, tivemos que fazer umas gambiarras conectando o wi-fi no celular, depois o celular no notebook…. Enfim. Não ficou bom, mas era o que conseguia utilizar.
Não identificamos nenhum sinal free de wi-fi em locais públicos, mas alguns cafés disponibilizam, bem como restaurantes e fast foods. Entretanto, não podemos confiar muito no sinal.
Trabalhando
Coworking
Nosso trabalho é sempre em casa, portanto, nem procuramos por coworking em Mendoza. Mas, para quem precisar, o site Coworkingargentina tem cadastrados os vários espaços em diferentes cidades. Em Mendoza só encontrei o Njambre, que fica no centro.
Quer saber mais sobre como funciona um coworking? Leia aqui.
Deslocamentos
Mendoza, como disse acima, é pequena e andamos toda a cidade a pé. O trajeto da rodoviária até nossa casa (praticamente cruzar a cidade inteira de ponta a ponta) fizemos de táxi, muito barato: ARG 35,00 (2.40 dólares). Então, vale a pena mesmo é pegar um táxi.
Para ir a zona de vinícolas e atrações próximas à cidade há ônibus de linha, com custo bem baixo saindo da rodoviária. Fomos para Termas de Cacheuta de ônibus, pagamos o trajeto ida e volta por pessoa ARG 35,00 (2.40 dólares). A entrada das termas foi mais caro: ARG 120,00 (8 dólares), mas valeu cada centavo.
O Parque das Águas é onde fomos, não no Spa e Hotel. lugar é muito gostoso e as águas quentinhas relaxantes, em meio aos Andes, com o Rio Mendoza passando próximo. Lindo!
Vale a dica de ir cedo, pois o local lota para o almoço (há um ótimo espaço para piquenique da família e os moradores se reúnem mesmo por lá!) e as piscinas após às 14h ficam bem disputadas. Chegamos às 9:50min e as termas abriram às 10h. Fomos praticamente os primeiros a entrar e aproveitar o lugar vazio.
Na cozinha
Mendoza, assim como toda Argentina, tem ótima culinária. Os almoços em restaurantes não eram caros pela comida deliciosa. Em média, os pratos tradicionais com ‘asado y papas’ e uma cerveja Patagônia (a melhor na nossa opinião) custavam ARG 140,00 (9.4 dólares) por pessoa. Obviamente não é para almoçar todos os dias, mas uma vez ou outra é ótimo, e aproveitamos o aniversário do Roger para saborear estas delícias. É dar água na boca, não é?
Fazíamos compras no Carrefour, o supermercado mais próximo da nossa casa (mesmo assim eram 13 quadras!). Como também comentei acima, no bairro haviam várias mercearias, açougue e quitanda, e as compras então ficavam segmentadas. Vale lembrar que em Mendoza eles praticam a “Sesta”. Então, das 13h às 17h, tudo está fechado!
O valor médio mensal de mercado em Mendoza foi de ARG 2.500 (cerca de $167 dólares), lembrando que não passamos o mês todo na cidade.
Nossa comparação de alguns produtos básicos:
– Leite (Longa Vida 1l): ARS 14,30 ($1.00 dólar)
– Iogurte Poupa de Frutas (125 g): ARS 3,10 ($0.21 dólar)
– Presunto Cozido (250 g): ARS 9,20 ($0.63 dólares)
– Carne boi (Alcatra 1kg): em média ARS 120,00 ($8.30 dólares)
– Vinho Tinto (750ml – da região): ARS 33,90 ($2.34 dólares)
– Cerveja (Quilmes 355ml): ARS 10,99 pesos chilenos ($0.75 dólar)
Água
Pode-se beber tranquilamente água da torneira em Mendoza, aliás é super recomendado, pois as águas são provenientes dos Andes e do degelo, sendo uma água pura e sem minerais, o que a deixa leve e sem sabor. Para os cabelos então, é a melhor água!
Lavanderia
Nossa casa tinha máquina de lavar roupas, então não precisamos sair em busca de lavanderias. Mas, para quem quiser ter uma ideia de preço: uma lavanderia próxima de casa cobrava a lavagem por quilo ARS 115,00 – $7,93 dólares (lavar e secar apenas – sem passar).
Melhor época
Estivemos em Mendoza em agosto, portanto inverno. As árvores mais frondosas dos parques, em especial do Parque General San Martín, e do centro urbano estavam secas e sem folhas. Apenas os ciprestes e os pinheiros sustentavam o verde do lugar. Se no inverno já era lindo, na primavera a cidade deve ficar incrível!
As montanhas estavam com neve, o que permitiu que fôssemos brincar nos pontos públicos (que não são centros de ski) e neve = boneco de neve! Mas, não aqueles simples, viu?
Outros pontos turísticos dos arredores estavam lindos, como a Ponte del Inca e, infelizmente, pela quantidade de neve no caminho, não conseguimos passear muito pelo Parque do Aconcágua. Mal dava para ver o gigante de longe!
No inverno, os parreirais das vinícolas também estão sem folhas, portanto, não é a mesma exuberância do verão, época da produção das uvas. Mesmo assim, foi bacana conhecer as regiões vinícolas mais famosas da Argentina: Lujan de Cuyo (Berço do Malbec), Maipu e Vale de Uco.
Outro passeio belíssimo foi nos Caracoles de Villavicencio, uma pré-cordilheira dos Andes que era utilizada antigamente para ligação entre Argentina e Chile e conhecida como “el camino de las 365 curvas”.
Hoje é o trajeto alternativo entre Mendoza e Uzpallata. Suas curvas sinuosas já mostram um pouquinho das belezas das montanhas locais. A região pertence hoje a Reserva Natural Villavicencio, área natural protegida, refúgio da Fundación Vida Silvestre. No trajeto vimos vários grupos de guanacos. Uma fofura!
Neste caminho está localizada a famosa Cruz de Paramillos e também a Via Crucis considerada a mais alta do mundo.
No mesmo local de Paramillos, está o Mirante do Aconcágua, que pouco conseguimos ver do pico. Lá o vento é muito forte e tivemos que amarrar a câmera para conseguir uma foto dos dois. Divertido!
O trajeto também é famoso pelas várias minas abandonadas e pelas Araucarias de Darwin, um patrimônio paleontológico que abriga o Bosque de Araucárias fossilizadas descoberto por Charles Darwin em 1835.
Há muito mais atrações na região e muito o que ver na trilha entre Mendoza e Uzpallata, mas isto fica para outro post!
Mendoza foi, sem dúvida, uma das cidades que mais gostamos neste primeiro ano de vida nômade e, certamente, voltaremos!
6 Comments
Olá Thaisy,
Você pode me contar mais sobre a experiência com a Claro na Mendoza? Estou indo no mês de Julho e estou muito indeciso sobre qual das duas comprar o chip!
A internet da Claro funciona bem? Tinha sinal em todos os lugares?
Obrigado!
Oi Renato!
Gostamos muito da Claro. Pegou bem em toda cidade e arredores. Só quando saímos para os Andes mesmo que o sinal ficou mais fraco, porém pegava também.
A internet era rápida o suficiente – não excelente! Deu para utilizá-la muito bem quando precisamos para e-mails, gestão das redes sociais de nossos clientes e mensagens. Não testamos para voice (skype).
Espero ter ajudado!
Olá tudo bem, obrigada e parabéns por seu post.
Você poderia me ajudar com algumas questões?
1- Você acredita que é possível encontrar um aluguel mais barato que o que citou? Quanto? (2 pessoas)
Obrigada.
Oi Angélica,
Desculpe a demora, não tinha visto seu comentário antes.
Nós não encontramos no Airbnb aluguel mais barato na época. Mas, você dar uma olhada e tentar negociar com os hosts.
Abraço!
Olá Thaisy, gostaria de saber sobre os aluguei lá.. É um preço padrão, ou varia?
Agora está no mesmo valor?
Oi Luiz,
é bastante variável, principalmente pela temporada e variação cambial.
Os valores aumentaram desde que fomos, infelizmente.
É sempre bom procurar no airbnb com uma antecedência buscando bons apartamentos a preço justo! 😉
Abraço!