Quando se é criança, até o quintal de casa é um espaço enorme. Nele conseguimos viajar para terras medievais, montanhas longínquas, ou até para outros planetas. Quando eu era criança, viajava no quintal de casa para cada cenário que via nos livros e revistas ou ouvia de histórias do mundo e imaginava se eles existiam de verdade.
Viajar sempre foi uma atividade divertida e instrutiva. Antigamente, não era fácil o deslocamento, reserva de hotéis, planejamento de estradas por onde passar, entre outros detalhes. Mas, mesmo assim, viajei muito com meus pais, que me contavam sobre a região, a geografia, as lendas envolvidas e a história real. E isto me fascinava.
Cresci. E a vontade de viajar também cresceu. Estava sempre com o sentimento de “chega logo sexta-feira”. Vivia ansiosa para viagens dos 3 Fs mais esperados do ano: Finais de semana, Feriados e Férias. Ah, como era bom sair de casa, da cidade, ver coisas novas, visitar os amigos, partilhar experiências. Ah, mas como era terrível voltar à rotina, sempre uma pequena tortura.
Eu nunca consegui me enquadrar bem no padrão convencional, por mais que tentasse. Por diversas vezes tentei criar raízes em um lugar, ter um apego maior… tudo em vão. Depois da faculdade, me mudei de cidade tantas vezes que perdi a conta e, por mais estável que o emprego fosse e por mais que gostasse muito do que fazia, chegava um ponto (geralmente 1 ano e meio depois de começar), tudo ficava monótono, com muita rotina, sem ação.
Eu precisava de coisas diferentes, fazer coisas novas, ver lugares novos, novas paisagens, novas culturas, novas histórias para ouvir. Experimentar!
Viajar com pacote era caro e muito programado. Até que descobri que podia fazer Mochilão.
Mochilão. s.m. Modo livre de viajar, low cost, com mochila nas costas, onde você irá verdadeiramente conhecer e viver o local.
Conheci o site mochileiros.com.br e comecei a viajar por algumas cidades brasileiras e fui saindo pela América Latina aos poucos: Uruguai, Paraguai, Argentina, Chile, Peru, Bolívia…
Este tipo de viagem era perfeito! Pouco dinheiro, muitas aventuras! E o principal: muitas descobertas.
E com essas viagens, adquiri uma doença comum a muitos mochileiros: a ecdemomania.
Ecdemomania. s.f. Medicina. Desejo, considerado fora do normal, de estar longe de casa; vontade patológica de perambular longe de casa; obsessão por viagens; fugir de casa.
E os sintomas só aumentavam e com eles as frequências de viagens. Até que não é possível mais resistir e é preciso partir!
Procurando meios para “partir”, li vários livros, entre eles The 4-Hour Workweek: Escape 9-5, Live Anywhere, and Join the New Rich, de Tim Ferriss, e Be a Free Range Human, de Marianne Cantwell, que mostram oportunidades e um estilo de vida onde é possível trabalhar, ganhar o “pão de cada dia” e viajar. Perfeito! Mas não simples.
Tive que me descobrir novamente. Novas habilidades, novas formas de trabalho, novos horizontes. Depois de muito estudo, mudanças, trabalho, mudanças, dedicação, mudanças, esforço e mais mudanças, eu me tornei uma nômade digital!
Para conhecer mais sobre o dia-a-dia, os lugares e as experiências vividas, siga-me no blog e nas redes sociais. Muitas histórias e aventuras ainda estão por vir!
2 Comments
Você sempre inovadora! Estarei acompanhando de perto sua experiencia e desejando sempre muito sucesso!!! Quem sabe um dia me junto a VC, nem que seja só por um trecho dessas suas viagens! Beijo
Parabéns querida Thaisy pela sua coragem e capacidade de se reinventar! Desejo felicidades! beijos com um forte e saudoso abraço